(…)
N`dá
Mestre, peço desculpas pelas minhas insistências, mas, como podem os tais tradicionalistas mostrarem as novas gerações os artefactos que compõem o lugar-museu usando apenas palabras?
N`dji
Não é pela fala que as numinosas musas marcavam presença?
N`dji
Assim afirmaram poetas.
N`dji
- E da fala os encantos que cantavam poeticamente?
N`dá
- Dizem-me que assim foi.
N`dá
- E, por conseguinte, não foi através das palabras dos poetas que conhecemos os aspectos e virtudes dos deuses, das deusas e musas?
N`dá
- Assim foi.
N`dji
- E não é pela fala que sabemos a genealogia dos deuses e das musas?
N`dá
- Decerto.
N`dji
- Não é da fala do poeta que nasceu Museu, o Divino?
N`dá
- Foi o que fiquei a saber a pouco.
N`dji
- O que coloca uma coisa nas devidas condições (ou seja, a arranja, a dispõe favoravelmente)?
N`dá
- A fala
N`dji
- O que é que estraga uma coisa?
N`dá
- A fala
N`dji
- O que é que mantém uma coisa no seu estado?
N`dá
- A fala
N`dji
- Portanto… Assinalemos, entretanto, que, neste nível, os termos “falar” e “escutar, referem-se a realidades muito mais amplos do que as que normalmente lhes atribuímos. De fato, diz-se que: “Quando Maa Ngala fala, pode-se ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar a sua fala.” Trata-se de uma perceção total, de um conhecimento no qual o ser se envolve na totalidade.
N`dá
- Assim deveria ser…
N`dji
Assim é.
o aspectos da Potência-Criadora,
N`nyw P`prym,
Moldador de Fala